sexta-feira, 18 de junho de 2010

O avesso do seu avesso


Essa falta de interesse diário que invade meu eu-lírico prosiano, que não é muito bom de prosa, me obriga a riscar o carbono grafite. O difícil é saber o que te dizer quando o que é interessante não é conhecido. Deve ser bom saber te convencer do que quero. Eu te digo que nasci do avesso e cá estou do mesmo jeito, até hoje sem saber esconder o que aqui sinto tão forte.
Preciso me esconder um pouco, então fiz uma roupa, até que ficou bonita: as meias laranjas que não te deixam perceber como meus pés são frios; os tênis brancos porque eu acho bonito; tem uma boina também branca com um laço rosa discreto para você achar que sou tranquila e serena; meus shorts vermelhos e curtos podem sim te reverter à outras intenções. Agora a camisa eu mudo sempre. Porque primeiro, camisa suja estimula glândulas mal cheirosas e segundo, ela representa o que há de mais sincero em mim. Ela abriga meu peito e meus braços, que fazem o que querem, eu ainda não consegui podá-los. Mas é bom, assim não explodo.

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